Apesar de mercado restrito, Sergipe também
tem seus representantes no mundo dos quadrinhos
e animação
Muita coisa mudou desde que os primeiros
quadrinhos e games surgiram.
Algumas técnicas continuam fazendo parte do
processo produtivo, outras deixaram
de ser utilizadas e outras ainda se
aperfeiçoaram e se adaptaram a nova realidade
que preza pela velocidade
da conclusão do trabalho.
E no que diz respeito a games, quadrinhos e animação, Sergipe também tem os
seus representantes.
Mesmo com as novidades que a tecnologia
traz ao mercado, o tradicional não
some completamente. Praticamente todo
o trabalho de um ilustrador hoje
é feito com o auxilio do computador,
mas diferente do que muitos pensam ilustração
não começa na máquina.
O ritmo crescente de trabalho que a
atualidade impõe pode muitas vezes causar
prejuízos ao profissional e
conseqüentemente ao resultado do seu trabalho,
mas também pode o colocar num patamar mais profissional aos olhos do mercado e
sua
responsabilidade se torna ainda maior. “Hoje o desenhista e ilustrador
não
devem ser encarados como artistas que levam uma vida para completar
uma
obra”, revela Adelson Tavares, ilustrador sergipano que já está construindo seu
nome no mercado internacional. Hoje o que existe são
prazos cada vez menores
em parceria com um controle de qualidade realizado pelas empresas que
contratam esses serviços e o trabalho feito
pelo profissional atinge as grandes massas.
“Com o ritmo do mercado ficando
cada vez mais frenético, tempo se
tornou algo muito valorizado, por isso
o meio digital se tornou tão importante.”
Adelson Tavares
Adelson Tavares (Acervo Pessoal) |
Segundo Adelson, o mercado de trabalho em Aracaju é restrito e na área
de
entretenimento, que envolve quadrinhos e games, a situação é ainda
mais complicada.
Adelson desde muito jovem expressava interesse pela
área e usou a internet como
ferramenta para conseguir alguns contatos. Por conseqüência, os primeiros trabalhos,
foram os que lhe renderam mais
destes.
“Funciona como uma reação em cadeia, embora eu ainda esteja
engatinhando,
lá fora já tenho uma pequena lista sólida de serviços”,
declara.
Animação 2D
Muitos jovens entram no ramo da tecnologia ligada ao entretenimento por
paixão,
seja pela arte do desenho ou por animações, como é o caso de
Márcio Barbosa,
estudante do penúltimo período da faculdade de Design
Gráfico.
Márcio Pimentel (Foto: Morgana Brota) |
Segundo Márcio, o que existe hoje no mundo da animação é um
aperfeiçoamento
de certas técnicas e a preciosa ajuda do computador. Mas
essa preciosa ferramenta
também tem seus aspectos negativos e em alguns
casos há o relaxamento de alguns
desenhistas com os seus projetos.
Márcio admite que a Computação Gráfica ajuda bastante, principalmente na
construção de cenários. “Fazer cenário, é um saco.”, admite.
Segundo Márcio, quando um cenário é projetado em 3D e não nos
frames, quadros que reproduzem, cada um, a composição de uma cena como
é feito
no desenho tradicional, pode haver um resultado melhor na animação.
Cenas dinâmicas que exigem muitos movimentos, como uma volta de 360
graus,
são complicadas de serem feitas com os métodos tradicionais. É
importante lembrar
que apesar da Computação Gráfica o tradicional também
aparece no processo
de criaçãopois um objeto para ser produzido em 3D
precisa ser desenhado
primeiro.
E a respeito dos animes…
Conhecido popularmente aqui no Brasil como “anime”, a animação j
aponesa é essencialmente construída em 2D e muitos leitores devem estar
se
perguntando o motivo do 3D não ter invadido completamente esse setor.
As
novas tecnologias também atuam nesse ramo, mas de uma forma mais
restrita.
Fãs de anime são fiéis a sua estrutura, aos seus traços, por
isso grandes inovações
não pegam. Hoje, alguns animes se utilizam das duas técnicas, ou seja, seus
personagens continuam sendo construídos em
2D e o cenário, em 3D.
Texto: Morgana Brota
Fonte: empautaufs.wordpress.com/